segunda-feira, 6 de maio de 2013

Índice de crimes reduz em áreas vigiadas por câmeras de videomonitoramento


 Polícia Militar (PM) registrou queda de 42% no número de prisões de pessoas identificadas por meio do videomonitoramento de 2009 a 2012, em Uberlândia. A quantidade de casos caiu de 400 para 232 no período. Segundo a PM, a redução representa diminuição da criminalidade nas regiões vigiadas pelos dispositivos eletrônicos. O sistema de monitoramento público feito por câmeras de segurança foi instalado na cidade em 2008 e, atualmente, conta com 72 equipamentos no hipercentro. Até o fim deste ano, 32 novas câmeras deverão ser instaladas em mais seis bairros.
Márcio Garcia mostra sistema que detecta mudanças na rotina
De acordo com o major Fernando Fialho Martins, chefe do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), o videomonitoramento é fundamental para ajudar no andamento das ocorrências. “[As câmeras] são ferramentas que nos auxiliam na prevenção criminal e na repressão qualificada [dos envolvidos]”, disse.
Há algumas semanas, dois crimes noticiados pelo CORREIO de Uberlândia contaram com a contribuição de imagens gravadas por câmeras – nestes casos, instaladas em residências ou comércios – para ajudar no trabalho da polícia: o caso da menina de 9 anos estuprada no dia 15 de abril, no bairro Pacaembu, zona norte de Uberlândia, e a tentativa de roubo a um caixa eletrônico em Guimarânia, no Alto Paranaíba. Nessa última ocorrência, policiais de Uberlândia são suspeitos de estarem envolvidos na ação.
Ainda segundo o major Fialho, os principais casos registrados pela PM em que câmeras de monitoramento auxiliaram nos trabalhos foram ocorrências de homicídios em porta de boates, disparos de arma em via pública, roubos a postos de combustíveis, a casas lotéricas e a joalherias.
Além do videomonitoramento público, as câmeras de segurança usadas em imóveis particulares também auxiliam a polícia. Foi por meio de um desses dispositivos que, no ano passado, a PM chegou até o suposto autor do latrocínio que vitimou a menina Bárbara Guimarães Lopes, de 11 anos, em outubro, no bairro Santa Mônica. Familiares do suspeito o identificaram por meio das filmagens feitas pela câmera de segurança do empório onde o crime ocorreu.
Sistema permite análise em tempo real
A evolução tecnológica fez com que os sistemas de segurança deixassem de ser compostos apenas por alarmes e câmeras. Uma das novidades, baseada em tecnologia internacional usada para prevenir ataques terroristas, está disponível no mercado uberlandense há três anos. Trata-se de um sistema chamado Video Analytics (traduzido livremente como análise de vídeo), composto por câmeras e um software.
De acordo com o diretor superintendente da Algar Segurança, Mário Garcia, enquanto o vídeomonitoramento simples permite usar as imagens apenas após uma ação criminosa, como um furto, por exemplo, o Video Analytics aciona a central de segurança da empresa na qual o sistema foi implantado ou a unidade da Algar Segurança no mesmo momento. “[A imagem] deixa de ser um arquivo e passa a atuar imediatamente. [O sistema] está programado a detectar determinado comportamento, se for infringido, vai ser informado”, disse.
Segundo o gerente comercial da Algar Segurança, Rafael Pizzoti Pescumo, outras tecnologias têm sido testadas e aplicadas no mercado de segurança do Brasil. Entre as novidades estão dois tipos de câmera: térmica e de termografia, sendo esse último capaz de captar gases inodoros e incolores. As duas novas tecnologias serão usadas na prevenção de incêndios em florestas e em casos de vazamentos em tubulações de indústrias.
Mercado cresce em média 10% ao ano
De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese), o mercado de segurança vem crescendo a taxas anuais médias de 10% (crescimento registrado nos últimos cinco anos). Em 2012, o setor movimentou cerca de R$ 4,2 bilhões, apresentando crescimento de 9% em comparação ao ano anterior, valor que deverá chegar a 11% em 2013. O aumento pode estar ligado também à aplicabilidade dos serviços de segurança para outros fins como a segurança de crianças em escolas.
Em Uberlândia, uma instituição particular de ensino com duas unidades e cerca de 230 alunos, que oferece aulas de educação infantil ao 5º ano do ensino fundamental, adotou, há pouco menos de um ano, o sistema de câmeras em suas salas, corredores e áreas públicas. Segundo a proprietária da escola, a medida se deu, primeiramente, por iniciativa da instituição, mas os pais acataram a ideia. “Adotamos por questão de proteção aos alunos”, disse a dona da escola, que prefere não ter o nome divulgado.
Segundo dados da Abese, a principal tecnologia aplicada em segurança eletrônica é o sistema de circuito fechado de TV, com 40% do mercado de sistema eletrônico de segurança, seguido pelos sistemas de alarmes contra intrusos, com 26% de participação.
Como funciona o videomonitoramento da Polícia Militar
Cinquenta e cinco pessoas monitoram as 72 câmeras instaladas, atualmente, na cidade. Elas se dividem em quatro turnos de seis horas e trabalham no 17º Batalhão da Polícia Militar (BPM), no bairro Santa Mônica, zona leste de Uberlândia. Uma empresa terceirizada, contratada pela prefeitura, é responsável pelos funcionários da central de monitoramento. Com a ampliação da rede de monitoramento serão convocados mais 20 profissionais.
Major Fialho: “câmeras ajudam no andamento das ocorrências”
São monitorados os principais locais onde já foram registrados roubos, furtos e uso ou tráfico de drogas. Atualmente, apenas o hipercentro da cidade é vistoriado. A região abrange os bairros Nossa Senhora Aparecida, Brasil, Fundinho, Martins e Centro.
Em casos de práticas preventivas, toda pessoa suspeita por alguma atitude é detectada e identificada. Assim, um militar aciona as equipes destinadas próximas ao local. A identificação é feita com base em informações anteriores da polícia. Segundo a PM, a câmera consegue detectar qualquer volume suspeito escondido nas roupas e identificar até a marca da etiqueta.
Para casos de repressão qualificada, a polícia é acionada via 190. Quando há veículo furtado, homicídio ou latrocínio, por exemplo, na área de cobertura da PM, as características são repassadas para fazer o flagrante. Caso não haja flagrante, as imagens gravadas são resgatadas por meio da central de monitoramento para dar continuidade aos trabalhos.

Fonte e matéria completa Correio de Uberlândia

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